- por liduína benigno xavier -
Para Adélia Prado
Pétalas vazam da sua alma
cheirando a buquê de maio
nas palavras saindo
de sua boca de açucena.
A inocência dela é feita de velhices
e a risada radiosa
como zoada de crianças
no pátio da escola.
Pensamento grave
como anúncio
de sortilégio
nos versos dosados:
austeridade e delírio.
Contradição de mistério
e clareza em
versos de maliciosa
santidade.
Mãos adélias, veludosas,
gastas de amaciar poemas
manejam o verbo Divinópolis.
Desenho de fraseado-arabesco
Igual a prece em intenção das coisas
que guardam a memória
da travessia dos tempos
como as velhas cristaleiras
ou o armário das casas de avó
guardando vidros como se
fossem cristais.
Versos invocando a própria fé,
reza versejando sem pudor de acreditar.
--foto ©malu baumgarten--
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