- por malu baumgarten -
Matilda era uma gata preta
meio vadia, meio sozinha,
uma bicha mansa e arisca,
Matilda era a gata da vizinha,
que veio se parar no teu quintal.
Não quero gato disseste,
e o rabo ondulante da Matilda
roçava a tua roupa no varal.
A gata adiou, dona do pedaço
brava no quintal, mansa na casa,
os gatos vadios expulsou. Quedou-se,
com certeza e sem cerimônia.
Envelheceu aos cochilos no sol
da sala e do quintal. O pelo negro
da Matilda ficou ruço, a casa
esvaziou, Matilda é quem restou.
Nas noites frias de inverno, magra
e já cansada, os olhos amorosos
nos teus olhos, Matilda, amiga e companheira.
Noite passada voou a vida do corpo
da bichinha. Ficou no ar do sobrado
sua alminha, ficou na memória de quem ama.
No céu dos meus sonhos de menina, entrou
um anjo, negro e peludo de olhos verdes.
- foto bebê baumgarten -
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